segunda-feira, novembro 27, 2006

§ 1

(...)


(Mas a tua voz interrompe-me
- Voz alta, lá de fora, do jardim, rapariga -
E é como se eu deixasse
Cair irresolutamente um livro no chão.)


Não teremos meu amor, nesta dança da vida,
Que fazemos por brincadeira natural,
As mesmas costas desabotoadas
E o mesmo decote a mostrar-nos a pele por cima da camisa suja?



...............................................................Álvaro de Campos













5 comentários:

Analog Girl disse...

aiai o amigo Álvaro...
:)

Anónimo disse...

?! :)

clau disse...

analog girl: é um bom amigo o Álvaro... Foi desde sempre o meu preferido. Também tenho para ler o "livro do desassossego" do Fernando Pessoa, mas primeiro quero terminar de ler a colecção da Joanne Harris..
:)

ff: :P

Analog Girl disse...

Também tenho esse na minha prateleira há uns dois anos à espera de um momento de dedicação da minha parte. Ainda não tive coragem de pegar nele, mas tenho tido saudades de ler "A mensagem" (quais Lusíadas quais quê).
Dos heterónimos ainda gosto mais de Alberto Caeiro, há qualquer coisa que me toca intimamente cada vez que o leio, não sei explicar!

clau disse...

Eu sinto essa empatia com o Álvaro de Campos. Talvez pelo seu lado lunático, não sei. acho que é do género: gosto e pronto!

agora ando a ler o "xeque ao rei" da Joanne Harris. Gosto bastante dos seus livros. acho que ainda me faltam ler dois ou três dela para me dedicar a outros que reclamam a minha atenção...